11. A VIVÊNCIA DA PATERNIDADE EM FAMÍLIAS MONOPARENTAIS PATERNAS

ÈLEN KUREK; ELIANA ZORDAN. UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES - URI - CAMPUS DE ERECHIM, ERECHIM - RS - BRASIL.

Resumo: Nos últimos anos tem se constatado a existência de uma crise no modelo tradicional da família (Ríos-González, 2005) e a coexistência deste modelo com outros diversos arranjos familiares (Wagner; Tronco; Armani, 2011), dentre eles a família monoparental, que vem aumentando, sobretudo, devido ao crescente número de rupturas conjugais (Munter, 2001). Nesta perspectiva, está havendo uma redefinição dos papeis dos membros da família e dentre eles o papel de pai, que passa por um momento de transição entre a paternidade tradicional, na qual predomina o papel de provedor, e a paternidade participativa, caracterizada por maior envolvimento afetivo entre pai e filho(a)s. Esta pesquisa teve como objetivo conhecer como os pais que vivem e cuidam do(a)s filho(a)s, sem a presença materna ou de outra parceira afetiva, avaliam e vivenciam o exercício da paternidade. A amostra foi composta por quatro homens residentes no município de Erechim/RS, separados/divorciados, que coabitavam com o(a)s filho(a)s de até 11 anos de idade e que não tinham reconstituído família. Os dados foram coletados através de um formulário de dados sociobiodemográficos e uma entrevista semi-estruturada, e analisados através da técnica de Análise de Conteúdo (Minayo, 2007). Os resultados parciais, quanto a vivencia e o cuidado do(a)s filho(a)s, apontam a sensação de ter as responsabilidades de pai e mãe e maior preocupação com as suas próprias opções, valorizando também as escolhas e valores dos filhos. Além disso, identificam a necessidade de estabelecer um outro tipo de relação com o(a)s filho(a)s, levando a descobertas diárias na nova vida familiar. Salientam também que o ambiente familiar está mais tranquilo e harmônico, havendo mais diálogo. A avaliação e vivência do exercício da paternidade, é positiva, enfatizam o bom entendimento com os filho(a)s, apontam a experiência como um desafio e um reaprendizado e muitas vezes propõem-se a fazer atividades que não gostam por serem significantes para o desenvolvimento dos filho(a)s. Neste sentido, avaliam positivamente o retorno dos filhos através do carinho, diálogo, abraços, beijos e mensagens que trocam. Outro aspecto destacado é a relevância de conciliar a paternidade com outras áreas que são importantes como o trabalho e a vida pessoal. Referências: Minayo, M. C. S. de. (2007) O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde (10a ed). Rio de Janeiro: Hucitec. Munter, A. (2001). Las familias luego del divorcio: las familias monoparentales y las familias reconstituidas. In: Tornaría, M. del L. G., Vandemeulebroecke, L., & Colpin, H. Pedagogía familiar: aportes desde la teoría y la investigación. Montevideo: Trilce. Ríos-González, J. A. (Coord.) (2005). Los ciclos vitales de la família y la pareja. Madrid: Editorial CCS. Wagner, A., Tronco, C., & Armani, A. B. (2011). Os desafios da família contemporânea. In: Wagner, A. (Org.) Desafios psicossociais da família contemporânea: pesquisas e reflexões. Porto Alegre: Artmed,. pp. 19-35.